[São Paulo] 17/fev: Ato contra o aumento é duramente reprimido
A manifestação contra o aumento da tarifa foi duramente reprimida
por policiais militares da força tática do 45º e do 11º Batalhão
de Polícia Militar, e acompanhada ainda pela clara negativa de abertura
de uma discussão sobre o aumento por parte da prefeitura e da secretaria
municipal e transportes. Os manifestantes estavam na frente da prefeitura
por volta das 19 hrs de quinta-feira (17), quando, a partir de uma ordem
de um dos oficiais, foram atacados brutalmente pela PM.
Alguns manifestantes do Movimento Passe Livre esperavam
a resposta prometida pelos vereadores após a audiência
pública realizada no dia 12 na câmara dos vereadores.
Uma negociação envolvendo a prefeitura, a secretaria
municipal de transportes, vereadores e manifestantes
foi prometida durante a audiência, e a resposta seria
passada até o meio dia de quinta-feira (17), o que não
aconteceu. Isto levou seis manifestantes a se acorrentarem
dentro da prefeitura em protesto.
A resposta dada pelo poder público aos cidadãos foi bem
clara, a falsa democracia que vivemos encobre um esquema
cinematográfico de ação policial para dispersar manifestações,
assustar e reprimir duramente qualquer tipo de resistência
a ordem de ‘não reclamar’. Muitos policiais propiciaram um show
de abuso de autoridade e desrespeito aos direitos humanos.
Após uma ordem expressa dada por um dos oficiais, o batalhão
de choque partiu para cima dos manifestantes. Mais de 20
manifestantes foram atingidos por balas de borracha e estilhaços
de bombas de gás-lacrimogênio. Uma estudante chegou a ser
baleada no rosto por uma bala de borracha. Entretanto, em
entrevista para o G1, o capitão da PM Amarildo Garcia teve a
coragem de negar que tenha utilizado balas de borracha.
O uso de armas não letais é proibido a menos de 6 metros, e essa
ordem não foi respeitada pela PM.
Acompanhando o batalhão de choque, cerca de três PMs ficaram
encarregados de lançar spray de pimenta na cara dos jornalistas
e militantes pró-direitos humanos que tentavam questionar o porquê
de tamanha violência. Até 3 vereadores que questionaram a ação da
polícia foram espancados e atingidos por spray de pimenta.
A tática da PM foi clara, encobrir os desrespeitos e abusos
praticados através do ataque com spray de pimenta contra os
jornalistas.
Durante as negociações para que os PMs parassem de atirar bombas
e balas de borracha contra os manifestantes que reclamavam do
aumento de 0,30 centavos na passagem (sendo o custo de cada bala
de borracha de 14 reais), o Capitão Amarildo Garcia deu uma ordem
para que um homem que questionava os comandantes durante entrevistas
com a imprensa fosse preso. O homem, um assistente social, foi
perseguido por cerca de 10 policiais que o agrediram duramente na
frente da imprensa, que era coagida através do spray de pimenta dos
GCMs e do Soldado PM Saulo.
O homem foi detido e encaminhado ao hospital, e a última notícia era
de que ele estava sendo operado pelas fraturas que sofreu no rosto.
Depois ele seria preso por agressão e resistência a prisão.
Mais uma vez a frase se confirma: “uma mentira de farda vale mais
que dez verdades”.
Após muita truculência da polícia, que correu para se refugiar da
chuva, os manifestantes conseguiram retornar para a frente da
prefeitura, e seguiram em vigília pela libertação dos manifestantes
acorrentados dentro da prefeitura. Policiais informaram que o Secretário
de Segurança Pública do estado de São Paulo, o senhor Antônio Ferreira
Pinto, ordenou que os manifestantes não fossem liberados enquanto não
fossem identificados para serem indiciados por sei lá o que.
Por fim os/as acorrentados/as saíram pela porta da frente da
prefeitura, não sem antes serem orbigados/as a fornecer o rg e o
endereço para a polícia.
A ordem é clara, criminalizar os movimentos sociais é política pública
da dobradinha realizada pelo DEM/PSDB no Estado.
VEM PRA RUA, VEM, CONTRA O AUMENTO!
* * *
> 7º GRANDE ATO CONTRA O AUMENTO DAS TARIFAS
Concentração em frente ao Teatro Municipal
(prox. metrô Anhangabaú e Term. Bandeira)
Horário: quinta, 24 de fevereiro de 2011 17:00
> Veja em www.anarcopunk.org/noticias vídeos com imagens
da repressão e do espancamento do manifestante e imagens do ato.
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