" Ser governado é... Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...). Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido. É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Bakunin Ontem e Hoje Aproveitando o lançamento do livro Revolução e Liberdade




















Entrevista: Bakunin Ontem e Hoje Aproveitando o lançamento do livro Revolução e Liberdade: cartas de 1845 a 1875 (Hedra, 2010) conversamos com Felipe Corrêa, editor responsável pela publicação e também pela introdução do livro. A conversa aborda diversos aspectos da vida e obra de Bakunin, pensando o autor tanto em seu tempo quanto hoje. Revolução e Liberdade, organizado por Plínio A. Coêlho, apresenta 30 cartas; 15 anteriormente publicadas em Bakunin por Bakunin, nos anos 80, e 15 inéditas. Hedra (H): Quem foi Bakunin? Felipe Corrêa (FC): O russo Mikhail Alexandrovitch Bakunin foi um revolucionário que viveu durante o século XIX, fundou as bases do anarquismo, durante os anos 1860, e teve significativa influência no movimento operário de sua época. H: Você poderia contar um pouco da vida dele? FC: A vida de Bakunin daria um filme. Ele nasceu em 1814 em uma família da nobreza russa, na província do Tver, uma localidade entre Moscou e São Petersburgo. Terceiro filho da família, Bakunin estudou em casa com suporte do pai e de empregados da família. Aos 14 anos seguiu para o exército mas, por divergências em relação ao ambiente, abandonou a carreira em 1835. Em Moscou aprofundou seus vínculos com a filosofia e em 1840 seguiu para a Alemanha, interessado em desenvolver-se nesta área. Membro da esquerda hegeliana, aos poucos foi abandonando a metafísica do idealismo alemão e, por meio do contato com o socialismo francês, optou por uma defesa da práxis, ligando dialeticamente teoria e prática. Aos poucos, tomou contato com a causa eslava e engajou-se na luta anti-imperialista. Ao fim dos anos 1840 participou de algumas insurreições: França (1848), Praga (1849) além de preparar a insurreição da Boêmia e destacar-se como comandante militar do levante de Dresden. Preso em 1849, passou por situações limite como, por exemplo, ser acorrentado às paredes durante seis meses! Depois, por uma concessão do czar, exila-se na Sibéria, sendo condenado a trabalhos forçados e, em 1861, foge. A fuga de Bakunin é um capítulo a parte. Sai da Sibéria, descendo mais de 3 mil km pelo rio Amur, embarca em uma outra embarcação russa e depois a um clíper americano, passando pela cidade de Olga e chegando a Hokodate, no Japão. Passou por Yokohama, por San Francisco, nos EUA, e pelo Panamá, chegando a Nova York. Depois partiu para Londres, chegando entre o Natal e o Ano Novo de 1861. Em seis meses, percorreu mais de 30 mil quilômetros! Reintegrou-se à vida política e foi para a Itália, onde fundou em 1864 a Fraternidade Internacional, uma organização secreta revolucionária. Participou dos Congressos da Liga da Paz e da Liberdade, em 1867 e 1868 e rompeu com a liga ainda em 1868, fundando a Aliança da Democracia Socialista. Bakunin aderiu completamente ao anarquismo em meados dos anos 1860, fato consolidado com sua entrada na Internacional (Associação Internacional dos Trabalhadores, AIT, fundada em 1864), na qual exerceu ampla influência, especialmente nos países latinos. Sua participação na AIT também foi marcada por diversos conflitos com Marx e o Conselho Geral, o que causou sua expulsão, em 1872. Participou da Internacional Antiautoritária, fundada pelos libertários que romperam com a AIT e da Federação Jurassiana. Participou ainda da insurreição da Bolonha em 1874 e retirou-se da política em seguida, falecendo em 1876. H: Por que publicar Bakunin hoje? FC: Na realidade, Bakunin é um personagem central da história do socialismo e, infelizmente, por diversos motivos, foi vítima de uma série de acusações errôneas e mal-intencionadas que, a meu ver, afastaram o interesse do público. São incontáveis as besteiras que foram ditas sobre Bakunin – muitas delas ainda durante a sua vida e algumas propagadas por Marx e seus discípulos. Durante toda a história, por exemplo, surgiram acusações de que Bakunin seria um agente a serviço do czar; todas as vezes, as acusações vieram de pessoas que estavam próximas de Marx. Isso é algo que não se pode comprovar, mas a meu ver, o ir e vir desse boato tinha a ver com ele. Outro exemplo é que todo o material produzido pelo jacobino e maquiavélico Netchaiev, assim como suas atitudes, foram “debitados na conta” de Bakunin. Durante muitos anos foram atribuídos a ele escritos como o “Catecismo Revolucionário” de 1869, “Os Princípios da Revolução” e assim por diante. Também se dizia que Bakunin era impotente e que foi esta frustração que o fez virar revolucionário (posição de Belinsky), e ainda, que tinha uma paixão pela irmã Tatiana – defendidas por historiadores de renome como E. H. Carr –, que era um discípulo de Stirner etc. Em suma, foi interessante para um determinado setor que ao longo dos anos tornou-se hegemônico na esquerda, esquecer a obra de Bakunin. Ou então lembrar dele como um inconsequente, um aventureiro, ou, no máximo “um homem de ação”. O ponto que eu sustento é que ele era não só um admirável homem de ação, mas também um grande teórico. Há um esforço que vem sendo feito desde os anos 1980 para retomar a obra teórica de Bakunin e um primeiro passo seria trazer ao português seus textos na íntegra. Creio que as traduções de Plinio A. Coêlho vêm contribuindo muito neste sentido. Hoje, o Brasil já é o segundo ou terceiro país do mundo, em número de traduções dele. Se não superamos a Espanha, creio que estamos em vias de superar. Em breve, somente a França terá mais material que o Brasil. No entanto, o caminho ainda é muito longo. Se por um lado há muita coisa publicada, por outro há um caminhão de coisas que ainda têm de ser publicadas – com isso podemos ter uma ideia de quão pouco se lê Bakunin no mundo. Com as suas obras completas sendo publicadas pelo IIHS (Instituto Internacional de Historia Social), de Amsterdã em 2000, há muita coisa disponível. Material incrível que praticamente ninguém conhece. E quanto mais eu leio o Bakunin, mais eu tenho a certeza que seu pensamento deve ser retomado. Portanto, estamos nesse primeiro passo, de recuperação dos originais. Depois, serão ainda muito necessários os trabalhos interpretativos sobre esse material, o que foi muito pouco feito até então. Só aí poderemos afirmar que conhecemos mais ou menos o pensamento do Bakunin. Outro dia eu imprimi todos os documentos programáticos que Bakunin produziu sobre a Fraternidade e a Aliança. Sabe quantas páginas são? São três volumes de umas 200 páginas cada. Sabe quanto disso já foi lido no Brasil? Certamente menos de um terço, se muito. Então, como é possível afirmar que conhecemos sua proposta de organização política revolucionária? Nem mesmo aqueles que se colocam como “especialistas” no tema conhecem todo esse material em profundidade. Então, voltando à resposta da pergunta, a relevância da publicação de Bakunin hoje é central, para que seu pensamento possa ser resgatado e para que sua teoria seja de fato conhecida, para além do palavrório superficial, que se costumou emitir sobre ele. H: E qual é a importância das cartas? FC: As cartas têm uma importância central. Se o volume de escritos é imenso, a quantidade de cartas é maior ainda e, mesmo que a maioria das cartas tenha sido perdida, há bastante materal. Muitos dos contatos de Bakunin foi feito por cartas e muitas das suas posições foram elaboradas nessas cartas. Portanto, como afirmaram pesquisadores que investigaram Bakunin profundamente (Nettlau, Dolgoff) ler as cartas é absolutamente central para compreender Bakunin. É por meio delas que conseguimos compreender seus escritos, encontrar explicações mais detalhadas sobre diversos assuntos e constatar, algo que me é muito marcante, a coerência que Bakunin tem entre as posições que defendia no âmbito privado (das correspondências) e no âmbito público (dos Congressos etc.). Uma honestidade que realmente impressiona. H: Quais são os pontos mais importantes da teoria de Bakunin para você? FC: Na realidade, o período que mais me interessa nele é o período anarquista. Bakunin torna-se anarquista somente mais velho, em meados dos anos 1860. Não que as coisas anteriores sejam ruins, mas o que é produzido depois de 1865 é muito bom, quando chega em 68/69, aí ficam ótimas, mantendo a mesma qualidade até os últimos escritos. Há muitos pontos interessantes na teoria de Bakunin. Vou tratar de alguns deles bem brevemente. - A liberdade Conceito filosófico central. Para Bakunin, a liberdade não é o ponto de partida da sociedade (como acreditavam aqueles que sustentavam que o homem nascia livre e que a sociedade lhe oprimiria durante a vida). Para ele, a liberdade é o ponto de chegada, é para onde a humanidade deve caminhar. A sociedade, neste sentido, é imprescindível para a liberdade, e a liberdade individual só pode se dar dentro da liberdade coletiva. Bakunin acredita que a escravidão do outro o escraviza e que a liberdade do outro amplia a sua própria liberdade. Portanto, neste sentido, só há sentido em buscar a liberdade com os outros. Além disso, para ele, a liberdade é indissociável da igualdade. Para ser livre, uma sociedade tem de ser uma sociedade de igualdade. Por isso, podemos dizer que esse conceito – de liberdade (a partir desta noção coletiva), contendo a igualdade como uma condição sine qua non – é o grande objetivo da luta revolucionária e do socialismo de Bakunin. - O materialismo não-economicista como método de análise Seu método de análise no período anarquista é materialista. Na realidade, ele lidava com as correntes de seu tempo e, naquela época, era comum aos socialistas buscarem essa diferenciação entre o materialismo e o idealismo (um sistema que partiria de Deus, do abstrato, do metafísico), afirmando a importância de partir dos fatos, do real, para entender o passado e o presente. E, nesse aspecto, a economia tinha um papel central, o que justificou a busca de sua compreensão (esforço ao qual Marx se dedicaria grande parte da vida). Era uma tentativa de buscar compreender a realidade da maneira mais rigorosa possível, de dar à realidade, aos seres humanos em sua totalidade, uma interpretação adequada. No entanto, enganam-se tanto aqueles que acreditam que Bakunin era um idealista, quanto aqueles que acreditam que ele defendia o determinismo econômico. É só ler um pouco das suas obras do período pós-1865 para constatar que não há nada de idealismo ali. Há um trecho de “Deus e o Estado” em que Bakunin dá a entender que a economia determinaria as esferas política e ideológica-cultural. No entanto, essa afirmação deve ser compreendida dentro do contexto de sua obra que, inúmeras vezes, defendeu uma posição de centralidade da economia (ou seja, ela seria fundamental e, muitas vezes, determinaria as outras esferas), mas que poderia ser também influenciada e, em alguns casos até determinada pela política e pela ideologia-cultura. Portanto, seu materialismo, ainda que dê à economia um lugar privilegiado, não defende o economicismo (determinismo econômico no esquema de infra e superestrutura). - A crítica do Estado Para Bakunin, o Estado é o instrumento político do capitalismo, da burguesia e, ao mesmo tempo que serve de pilar para o sistema capitalista, forja relações de dominação com os governados, alienando-os em termos políticos. Para ele, independente de o Estado ser um Estado capitalista, mais ou menos democrático, ou mesmo um Estado socialista, o Estado estabeleceria esse papel de agente dominador. Na realidade, essa posição sobre o Estado foi a grande questão que dividiu o anarquismo e o marxismo, que defendia, na maioria dos casos, um Estado como período intermediário, de “ditadura do proletariado”. Bakunin, neste sentido foi profético: avisou que se houvesse a centralização no Estado como período intermediário do socialismo, esse período intermediário duraria para sempre, impedindo a sociedade de chegar ao comunismo. E foi exatamente o que se viu com as experiências do socialismo “real”. - A crítica do capitalismo e do imperialismo É importante destacar que Bakunin tinha também uma forte crítica do capitalismo. Portanto, seu anarquismo não significava apenas antiestatismo. Neste aspecto, seus pontos de vista foram significativamente influenciados pelos de Proudhon e também pelos de Marx. Vale a pena lembrar que Bakunin o elogiou e se dispôs a traduzir o primeiro volume de O Capital de Marx. Para Bakunin, o capitalismo é uma sociedade de desigualdade, fundada na propriedade privada e no capital, que estabelece exploração por meio do trabalho assalariado. Ainda que modos de produção pré-capitalistas continuassem a existir em sua época (também fundados na exploração – como no caso da exploração do campesinato pelos grandes proprietários de terras, esse todo constituiria uma sociedade de classes, classes estas que estariam em permanente luta. Bakunin, portanto, acredita na existência da luta de classes. O capitalismo, para ele, legitimaria a exploração de uma classe por outra e por isso deveria ser eliminado por uma revolução social que criaria um socialismo sem classes, sem a intermediação de um Estado para tanto. Em relação ao imperialismo, a posição de Bakunin foi bastante clara, desde seu envolvimento com os poloneses nos anos 1840. Para ele, pode-se dizer que a “categoria dominação” explica melhor sua noção de luta pela liberdade, pois para ele a opressão não era uma categoria simplesmente econômica – em torno do trabalho assalariado, por exemplo. Ainda que considerasse a exploração econômica central, outras formas de dominação também deveriam ser imediatamente combatidas, como o machismo, O imperialismo, etc. Para Bakunin os povos têm o direito à autonomia e à autodeterminação. Nas lutas de libertação, Bakunin acredita que os anarquistas teriam um papel a cumprir, engajando-se nelas e combatendo os setores nacionalistas e burgueses, propondo um programa classista (e portanto de aliança de classes e não de nacionalidade, do proletariado internacional contra a burguesia) e revolucionário que deveria ser levado a cabo no seio da luta. A posição de Bakunin em relação ao imperialismo também é algo muito pouco estudado e, a meu ver, fundamental. - A estratégia de luta do proletariado internacional A estratégia de Bakunin, a meu ver, foi a que fundamentou o sindicalismo revolucionário. Sua ideia era que a transformação social deveria vir a partir dos organismos de massas, ou seja, dos movimentos populares articulados em torno das questões de curto prazo e utilizando a luta por elas como uma pedagogia que mostraria aos trabalhadores da cidade e do campo a necessária consciência sobre a necessidade da revolução social e do socialismo. Para ele, a mobilização de massas deveria ter corte de classe (reunindo todos os setores oprimidos), agregar trabalhadores de diversas ideologias, não usar o Estado como meio, possuir uma estratégia de combate com autonomia do Estado, dos partidos políticos, criar ambientes para o exercício da participação direta dos trabalhadores na gestão das lutas, ser combativa e levar a bandeira revolucionária da transformação de longo prazo até suas últimas consequências. Como um organismo impulsionador deste movimento, ele colocava a organização política revolucionária, pública ou secreta, nem acima e nem abaixo dos organismos de massas, mas junto com eles, funcionando dialeticamente, como uma direção antiautoritária que, junto aos movimentos, ajudaria a impulsioná-los à revolução social. - A posição classista e a concepção de sujeito revolucionário A concepção de classe de Bakunin é muito interessante. Ele não dava preferência a um ou outro setor do campo dos oprimidos. Para ele, o proletariado urbano-industrial, o “proletariado esfarrapado” (lúmpem), o campesinato, todos seriam parte das classes oprimidas e possivelmente revolucionárias. Para ele, um processo de transformação deveria considerar como sujeitos todos os oprimidos, estimulando alianças de classes entre eles. - A concepção de revolução social Para Bakunin, a revolução social é obra do proletariado, considerado a partir da concepção de classe que explicitei anteriormente, no sentido de todos os oprimidos da sociedade. A revolução é portanto obra das massas. É um evento necessariamente violento que derruba as classes dominantes, acaba com a propriedade, com o Estado e cria o socialismo, sendo este entendido como um sistema de propriedade coletiva, com o federalismo articulando bairros, cidades, estados etc., de baixo para cima, e distribuindo a cada um de acordo com o trabalho realizado (coletivismo). H: Você poderia dar uma mensagem final a nossos leitores sobre o porquê de se ler Bakunin no século XXI? Qual é a relevância de suas ideias ainda nos dias de hoje? FC: Sou suspeito para falar, pois realmente tenho muita afinidade com as ideias de Bakunin, mesmo nos dias de hoje. Creio que ele vem sendo, já há algum tempo, o anarquista que possui as ideias com as quais tenho mais afinidade. Ainda que seu anarquismo tenha se dado em um período bastante breve (aproximadamente 10 anos), ele tem muito a acrescentar. Creio que ler Bakunin hoje pode ter dois objetivos. Um primeiro, de recuperar a história do socialismo dos tempos da Primeira Internacional, completamente vilipendiado e maltratado pela grande maioria daqueles que se dispuseram a tratar do tema. Segundo, para pensar estratégias para o presente. Todos os que defendem uma esquerda autônoma e combativa, a organização dos movimentos populares, as lutas de curto e longo prazo, as lutas contra as mais diferentes opressões... Todas essas pessoas deveriam ler Bakunin pois ele ainda tem muito a dizer! Para finalizar, é importante dizer que obviamente Bakunin tem suas limitações, seus problemas e não deve ser enaltecido como um messias que tem todas as respostas para as mais diversas questões. Outros anarquistas que atuaram com ele e depois deles trouxeram e ainda vêm trazendo aportes muito significativos. Para ler a introdução do livro, ver imagens e vídeos, acesse: http://hedraonline.posterous.com/bakunin-revolucao-e-liberdade

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