" Ser governado é... Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...). Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido. É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral!

segunda-feira, 14 de março de 2011

FRENTE PAULISTA CONTRA A HOMOBIA














> Nota de repúdio contra as agressões de nazi-fascistas > > > > > > A Frente Paulista Contra a Homofobia –iniciativa de união de grupos do movimento social LGBT, de partidos políticos, órgãos públicos municipais e estaduais de São Paulo, entidades religiosas, centrais e sindicatos de diversas categorias de trabalhadores, entidades representativas de segmentos da iniciativa privada e cidadãos e cidadãs paulistas que atuam contra a homofobia–, vem a público para condenar e repudiar a violenta agressão a que sofreram quatro pessoas ligadas ao Movimento Anarcopunk e também um catador de papel, que é portador de deficiência física, por ocasião da celebração da Jornada Antifascista 2011, na noite de sábado, dia 26 de fevereiro, na capital deste estado. > > > > > > > > Tais skinheads nazi-fascistas –que agem amparados por uma intolerância travestida de ideologia que fomenta o ódio à diversidade e promove o preconceito, discriminação e violência contra homossexuais, negros, imigrantes e nordestinos– , merecem e devem responder criminalmente por mais este ato de barbárie que causa repulsa aos cidadãos que se pautam pelo respeito aos direitos humanos e princípios do Estado de Direito. Dois deles, por sinal, segundo as autoridades policiais, já têm antecedentes criminais. > > > > > > > > Cumpre informar que a Jornada Antifascista 2011 foi promovida pelo Movimento Anarcopunk em lembrança à morte do adestrador Edson Neris, homossexual barbaramente assassinado por skinheads nazi-fascistas na praça da República, no centro da capital paulista, em 6 de fevereiro de 2000, pela torpe razão de estar caminhando de mãos dadas com uma pessoa do mesmo sexo. > > > > > > Imprescindível recordar que os ataques covardes de nazi-fascistas contra a comunidade LGBT tristemente se repetem no estado de São Paulo, inclusive em zonas conhecidas pela pluralidade de frequentadores, como é o caso da região central e arredores da avenida Paulista, em episódios como a agressão a um jovem negro homossexual, na estação Sé do metrô (06/02/11); a um doutorando, na rua Peixoto Gomide, entre as ruas Frei Caneca e Augusta (25/01/11); e a um casal de rapazes, na avenida Paulista (05/12/10). > > > > > > Esses nazi-fascistas também foram os responsáveis pelo atentado à bomba perpetrado contra a comunidade LGBT, por ocasião da 13ª Parada do Orgulho LGBT (14/06/2009), no cruzamento das ruas Vitória e Vieira de Carvalho, e que feriu pelo menos 21 pessoas. Nesse triste dia, também foram registradas duas agressões contra um rapaz de 17 anos, entre as ruas Antônia de Queiroz e Frei Caneca, que implicou em politraumatismo facial, e uma outra, na praça da República, que resultou na morte do cozinheiro Marcelo Campos Barros, de 35 anos, por traumatismo craniano, todas elas de matiz nazi-fascista. > > > > > > Por isso, esta Frente Paulista Contra a Homofobia exige das autoridades estaduais e municipais o cumprimento da legislação que pune tais atos criminosos e na adoção de políticas de proteção às vítimas, bem como atuar na sua prevenção, mediante programas de educação anti-homofobia e ostensivo policiamento de zonas onde grupos de skinheads nazi-fascistas continuam sua escalada de crimes. > > > > > > Na oportunidade, esta Frente Paulista Contra a Homofobia faz coro ao Movimento Anarcopunk de que as autoridades civis e militares não podem e não devem – sob pena de, indiretamente, incentivar novas agressões e fomentar a impunidade – taxar, pura e simplesmente, os ataques nazi-fascistascomo sendo “brigas de gangues”, muito menos como casos isolados e irrelevantes para a sociedade. Minimizar a gravidade desse tipo de ação, que ocorre há tempos no estado de São Paulo e, também, no País, atingindo uma série de indivíduos e grupos, é condescender e pactuar com um problema que coloca em risco a liberdade de todos os cidadãos, tão cara em nossa jovem democracia. > > > > > > > > São Paulo, 3 de março de 2011

info@anarcopunk.org

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