" Ser governado é... Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...). Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido. É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Onde Encontrar Cordel em Sao Paulo


Apesar de São Paulo ser a cidade onde se localiza a Editora Luzeiro, a mais antiga do gênero em atividade no Brasil, ainda há grande dificuldade entre aqueles que buscam adquirir folhetos de cordel.

Parte desta dificuldade foi sanada por um migrante nordestino: o paraibano Severino Silva (foto), que se tornou, há cerca de um ano, agente da editora.

Abaixo, uma relação dos locais onde é possível achar os clássicos e as novidades do catálogo Luzeiro, inclusive por encomenda:

1. Banca Praça Ramos (centro)
2. Banca Pato (Praça da Sé)
3. Banca DPX (Praça Ramos de Azevedo)
4. Banca das Apostilas (Pátio do Colégio, ao lado da Praça da Sé)
5. Banca São Bento (Rua Barão de Itapetininga, Centro)
6. Banca Viaduto do Chá (Centro)
7. Banca Deus é Luz do Meu Caminho (Estação Guilhermina Esperança do Metrô)
8. Banca Corredor Praça Dom José Gaspar, 106
9. Banca São Francisco (Viaduto do Chá)
10. Banca JC (Rua Fortuna de Minas, Jd. Santa Maria)
11. Banca Maktub (Largo da Concórdia, Brás)
12. Banca General Carneiro (altura do nº. 167, Centro)
13. Banca Emília (Praça Dom José Gaspar, Av. São Luís, Centro)
14. Banca Viana (Largo da Concórdia, ao lado da estação de trem do Brás)
15. Banca Dom José Gaspar (Centro)
16. Banca Antônio Prado (Praça Antônio Prado, Centro)
17. Banca Guilhermina Esperança (Metrô Guilhermina Esperança)
18. Banca Barão (Barão de Itapetininga, República)
19. Banca Mário de Andrade (Centro, ao lado da Praça dom José Gaspar)
20. Sebo José de Alencar (Rua Quintino Bocaiuva, 285, Centro)

Cordel, resistência e vanguarda




por Aderaldo Luciano

O complô das elites brasileiras contra o cordel é algo que salta aos olhos. Sempre visto como subpodruto literário, relegado à margem, proibido de frequentar a roda literária dos doutores, nem por isso o cordel curvou-se, pelo contrário, estabeleceu-se de tal forma que podemos identificar sua couraça resistente, adornada com os adereços da vanguarda. Resistência porque enraizada na mais profunda camada da terra brasileira, com raízes bulbosas a colher insistentemente os nutrientes literários fundamentais, e vanguarda por estar sempre à frente na agilidade, criatividade e descoberta (...) .

sábado, 26 de dezembro de 2009

O TEMPO

O TEMPO CICATRIZA AS PIORES FERIDAS,
E DESTROÍ OS MAIS BELOS AMORES.

Da água ao álcool,do amor ao ódio, da paz a guerra


Sentimentos que altera toda minha percepção,

Transformo-me em um pobre cão sem razão, a deriva. De um mar de ilusão,

Que nado contra maré, afogado nessa comunidade ralé!

Esse é o pobre poeta que vos fala de seus sentimentos sem sentidos. A quem ler não demonstra qualquer sentindo, nem nexo,

Afinal tudo isso é mesmo um problema complexo.

Escrevo para o alcoólatra, o depressivo, o poeta de bar.

Que entende essas palavras, nem é preciso decorar,

Pois vos falo de uma alma que transmite todo o sentimento, a dor, ilusão,

Desses seres, que ao ver da sociedade são sem razão!

Porém, estou aqui para provar, que quem critica é aquele que não tem coração.

Quem nunca sofreu? Escarre o primeiro catarro amarelo, atire a primeira garrafa,

Apague o último cigarro e mande tomar no CÚ! O garçom chato e encerre sua farra.

Pois esses inúteis não são dignos de sua companhia e seus delírios ébrios e sinceros.