" Ser governado é... Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...). Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido. É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado. Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cordel, resistência e vanguarda




por Aderaldo Luciano

O complô das elites brasileiras contra o cordel é algo que salta aos olhos. Sempre visto como subpodruto literário, relegado à margem, proibido de frequentar a roda literária dos doutores, nem por isso o cordel curvou-se, pelo contrário, estabeleceu-se de tal forma que podemos identificar sua couraça resistente, adornada com os adereços da vanguarda. Resistência porque enraizada na mais profunda camada da terra brasileira, com raízes bulbosas a colher insistentemente os nutrientes literários fundamentais, e vanguarda por estar sempre à frente na agilidade, criatividade e descoberta (...) .

Nenhum comentário:

Postar um comentário